BM3 Trading faz balanço do primeiro semestre do comércio exterior em 2024

O primeiro semestre de 2024 já ficou para trás, e a BM3 Trading traz um panorama geral do que movimentou o comércio exterior nesses primeiros seis meses do ano. Nessa análise, não tivemos como deixar de destacar o aumento significativo no custo do frete marítimo no Brasil. 

Foto aérea de navio mercante no oceano.

Esse aumento não foi por acaso, é resultado de uma combinação de fatores que vamos detalhar na sequência. De problemas logísticos a mudanças no mercado global, entenda o que está por trás desse salto nos preços e como isso impacta o comércio exterior.

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Ainda em 2023, os ataques no Estreito de Bab el Mandeb deram uma chacoalhada no frete marítimo. Este canal é reconhecido por ser uma via crucial de transporte marítimo entre o Mar Vermelho e o Golfo de Aden. Recentemente ele foi palco de uma série de ataques e saques a navios, fato esse que aumentou a preocupação global sobre a segurança marítima. Estes incidentes foram atribuídos a grupos militantes da região, destacando a vulnerabilidade das rotas de navegação e a necessidade de reforçar as medidas de segurança. Os ataques resultaram em interrupções significativas no tráfego marítimo e, principalmente, no aumento do tempo de retorno dos navios que fazem a rota China-América afetando o comércio global como um todo.

O Feriado do Ano Novo Chinês que ocorreu entre 10 a 15 de fevereiro, resultou no fechamento antecipado das fábricas na China, causando um acúmulo de cargas para embarque. Este período festivo, que é uma das maiores celebrações do país, sempre impacta a cadeia de suprimentos global, pois a produção e as operações de exportação são temporariamente suspensas. A antecipação do fechamento das fábricas levou a um acúmulo de mercadorias que aguardavam embarque, pressionando a logística e aumentando a demanda por espaço em navios para março de 2024.

A manutenção fora de época da frota marítima contribuiu para a elevação dos custos. Se o desafio marítimo já não era o suficiente, sob uma tendência de recessão mundial prevista no final de 2023, alguns armadores optaram por antecipar a manutenção em suas frotas de navios. Essa decisão precipitada, embora necessária, resultou em uma redução na disponibilidade de embarcações. Com menos navios disponíveis, a capacidade de transporte foi afetada, contribuindo para o aumento dos custos de frete.

E não para por aí… efeito “BYD” em maio pegou todos de surpresa. O aumento das exportações da BYD, fabricante chinesa de veículos elétricos e baterias, se deu devido a uma previsão de aumento na taxação de carros elétricos importados a partir de julho no Brasil. A empresa optou por antecipar a exportação de centenas de milhares de veículos, e a utilização não comum de navios liner para transportar esses bens influenciou as estratégias de exportação e importação, impactando os custos e a competitividade do frete marítimo no mercado brasileiro.

Leia também: ESG no comércio exterior

Feriados mudaram os prazos e geraram ainda mais demora nos portos da China. O Labour Day, conhecido como feriado do Dia do Trabalho na China, causou atrasos nas operações internacionais. Este período de comemoração é marcado por uma redução nas atividades econômicas e industriais, afetando diretamente a logística e o comércio exterior. As operações de transporte e as respostas às demandas internacionais foram significativamente impactadas, exigindo um planejamento cuidadoso para minimizar os efeitos dos atrasos.

Em junho o festival chinês Dragon Boat Festival conhecido por suas competições de barcos-dragão, também influenciou os prazos e as operações comerciais e logísticas. A desaceleração das atividades durante o festival destacou a importância de considerar os feriados culturais e seus impactos no planejamento logístico e operacional.

A modernização e o aumento das frotas em março de 2024 foram necessárias, mas não suficientes para suprir a demanda. A indústria naval presenciou uma modernização significativa e o ligeiro aumento das frotas. Esta modernização incluiu a implementação de tecnologias avançadas e práticas sustentáveis, alinhadas aos padrões ESG. As novas embarcações, com maior capacidade e eficiência, visam atender à crescente demanda por transporte marítimo e reduzir o impacto ambiental. A introdução de navios mais modernos e a expansão das frotas refletem o compromisso do setor em melhorar a eficiência operacional e a sustentabilidade.

No primeiro semestre de 2024, o mercado de transporte marítimo enfrentou uma série de desafios que impactaram significativamente a logística global e a economia de maneira geral. Diversos fatores contribuíram para uma situação crítica, resultando em cargas acumuladas e uma escassez de equipamentos para atender à demanda. A resposta dos armadores a esta conjuntura foi marcada pela implementação de aumentos significativos nas tarifas de frete, conhecidos como GRI (General Rate Increase). 

Também tivemos a alta do dólar no primeiro semestre de 2024. Suas causas, incluem fatores internos e externos. Dentre os principais motivos, destaca-se o aumento das taxas de juros nos EUA, feito pelo FED – banco central dos EUA, para conter a inflação. Isso atraiu investidores para ativos denominados em dólar, elevando o valor da moeda americana.

Representação da alta do dólar.

As incertezas globais, como conflitos geopolíticos, a guerra na Ucrânia e tensões comerciais entre grandes economias, aumentaram a aversão ao risco, levando investidores a buscar segurança no dólar. O desempenho da economia brasileira apresentou desafios, como taxa de juros elevada e baixo crescimento econômico, além de um crescente déficit fiscal, o que reduziu a confiança dos investidores e enfraqueceu o real.

A alta do dólar no primeiro semestre de 2024 teve efeitos mistos na economia brasileira. Enquanto alguns setores se beneficiaram da maior competitividade no mercado internacional, outros enfrentaram desafios devido ao aumento dos custos de importação e ao encarecimento da dívida em moeda estrangeira. O impacto líquido dependerá de como a economia brasileira se ajusta a essas novas condições e das políticas adotadas para mitigar os efeitos adversos.

Vivemos um período de desafios e adaptações para o comércio exterior. O aumento dos custos de frete, as tensões geopolíticas, a valorização do dólar e os impactos dos feriados e festivais na China mostraram a complexidade e a interdependência do comércio global. A BM3 Trading continuará monitorando e adaptando suas estratégias para enfrentar esses desafios e aproveitar as oportunidades que surgirem no segundo semestre. Fique ligado que vamos falar sobre os portos da China em nosso próximo post.

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Até a próxima!

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