Os setores de autopeças e da saúde foram afetados com as medidas antidumping nos últimos meses.
Na última matéria, aqui no Blog Canal Verde, falamos sobre a importância de políticas e critérios claros para implementação de medidas antidumping.
Vimos que essas medidas geralmente envolvem a imposição de tarifas ou taxas sobre os produtos importados, a fim de elevar seus preços ao nível do mercado local e restaurar a competição justa com a indústria local. No entanto, as medidas antidumping devem ser aplicadas de forma cuidadosa e em conformidade com as regras estabelecidas pela Organização Mundial do Comércio (OMC) para evitar distorções no comércio internacional.
Recentemente, com o aumento da competição global e a crescente preocupação com práticas comerciais que possam afetar desfavoravelmente a indústria nacional, algumas medidas antidumping foram implementadas. Entre elas, destacam-se a Resolução GECEX nº 583, de 29 de abril de 2024, e a Resolução GECEX nº 568, de 19 de fevereiro de 2024.
Setor de autopeças nos últimos anos
Nos últimos anos, o setor de autopeças passou por desafios e transformações significativas. No Brasil, o setor enfrentou períodos de instabilidade econômica, flutuações cambiais e mudanças nas políticas governamentais, o que afetou diretamente a produção e o consumo de veículos.
Se, por um lado, os avanços tecnológicos na indústria automotiva, como a eletrificação e a automação, criaram novas oportunidades para fabricantes de autopeças que investiram em inovação e desenvolvimento de produtos de alta tecnologia. Por outro lado, a concorrência global aumentou, com a entrada de novos players e a pressão por redução de custos e preços.
Além disso, questões ambientais e regulatórias têm influenciado o setor, com a demanda por componentes mais eficientes em termos de energia e menos poluentes. Isso tem levado muitas empresas de autopeças a ajustarem suas estratégias de produção e investirem em soluções mais sustentáveis.
No contexto internacional, a globalização da cadeia de suprimentos também impactou o setor de autopeças, com mudanças nas dinâmicas de fornecimento e demanda. A necessidade de adaptação a padrões e regulamentações internacionais tornou-se uma prioridade para empresas que buscam expandir suas operações globalmente.
Nos últimos dias, uma medida política antidumping no Brasil foi anunciada: a Resolução GECEX (Grupo Executivo de Comércio Exterior) nº 583, de 29 de abril de 2024. Esta resolução específica que conjuntos de pneus de carga de construção radial, de aros 20″, 22″ e 22,5″, destinados a ônibus e caminhões, quando originários da China, Coreia do Sul, Japão, Rússia e Tailândia, estão sujeitos à incidência de direitos antidumping, conforme estabelecido pelas Resoluções Gecex nº 176, de 2021, e nº 198, de 2021. Esta medida tem como objetivo proteger a indústria nacional de possíveis práticas comerciais desleais que possam prejudicar sua competitividade no mercado.
A imposição dessas medidas antidumping pode resultar em um aumento substancial no custo dos transportes, prejudicando diversos setores da economia que dependem do serviço. Outra preocupação levantada por Janderson Maçanero, o Patrola – uma das principais lideranças dos transportadores autônomos, durante a primeira Reunião das Frentes Parlamentares do Caminhoneiro Autônomo e das Cooperativas de Transporte Rodoviário de Cargas -, é o impacto direto no bolso dos caminhoneiros e na economia doméstica. “Se o pneu que hoje pagamos entre R$1,2 mil e R$1,6 mil passar a custar R$3 mil, lá na nossa casa, o bife vai ser menor ou então nem vai ter”, alertou.
Diante desse cenário, o líder da categoria considera imprescindível que o governo leve em consideração as preocupações e argumentos apresentados pelos caminhoneiros e outros setores afetados. “É fundamental buscar soluções que garantam a competitividade do mercado, sem comprometer a sustentabilidade econômica e a segurança dos trabalhadores”, disse.
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Os bens de consumo na saúde também sofreram reajuste
No início deste ano, outro setor afetado pelas políticas antidumping foi o de luvas para procedimentos não cirúrgicos. A Resolução GECEX nº 568, de 19 de fevereiro de 2024, aplicou um direito antidumping provisório, por um prazo de até seis meses, às importações brasileiras de luvas originárias da China, Malásia e Tailândia. Este direito resultou em um aumento no preço de importação, as luvas de vinil tiveram um aumento de 65%, enquanto as nitrílicas um aumento de 35%. As luvas de látex foram as que mais sofreram impacto, podendo ter uma elevação de até 165% no seu valor, dependendo do país de origem.
Essa medida busca proteger os produtores nacionais desse segmento, garantindo condições justas de concorrência e evitando a prática de dumping que poderia prejudicar a indústria local, contudo já sentimos uma certa instabilidade no mercado. Os preços das luvas dispararam e os setores que conseguem, buscam alternativas com melhor custo-benefício para atender a demanda.
O preço dos produtos importados como um todo podem subir
Além disso, é importante mencionar o término da vigência da Resolução GECEX nº 467, de 28 de março de 2023, em 31 de março de 2024. Essa resolução havia estabelecido uma redução temporária, para zero por cento, da alíquota do Imposto de Importação, como parte das medidas para combater os efeitos da pandemia do Coronavírus/Covid-19.
Com o fim da vigência desta resolução, a alíquota do imposto de importação voltou ao seu nível anterior, estabelecido em 16,2%. Esta mudança pode ter impacto nas importações e na economia brasileira como um todo, especialmente em um momento em que a recuperação pós-pandemia ainda está em curso.
Em um cenário marcado por desafios e mudanças constantes, manter-se informado sobre as políticas antidumping e seus impactos é crucial para tomadas de decisões estratégicas e competitivas. Nesse contexto, a BM3 Trading destaca-se, com uma equipe experiente e um compromisso com a excelência, sendo a parceira ideal para empresas que buscam entender e navegar com sucesso pelo complexo ambiente comercial internacional.
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